quarta-feira, 11 de março de 2009

Energias renováveis/ Ambiente

Portugal desperdiça enorme potencial energético.

“Somos o país que pior aproveita o sol”.

Cercado por mar, com enorme exposição ao sol, Portugal tem tudo para «sobreviver» aproveitando as energias renováveis. E a aposta na «ecocasa» é primordial.

O consumo enérgico tem vindo constantemente a subir. Daí que seja preciso procurar alternativas ás tradicionais fontes de energia (combustíveis fosseis – carvão, petróleo gás), que se vão esgotar dentro de algumas décadas.
Para alem de uma preocupação com o esgotar das fontes, é precisa uma mentalidade ambiental, já que as tradicionais fontes de energia são grandes produtoras de gases poluentes para a atmosfera.
A alternativa passa por uma exploração das energias renováveis para as quais Portugal tem enormes potencialidades.” O nosso País é privilegiado devido á sua posição geográfica, bastante favorável para o aproveitamento de fontes de energia”, disse Filipa Alves, da Quercus, acrescentando:” temos o maior número de horas de sol da Europa e a nossa costa tem um potencial de aproveitamento da energia das ondas e mares bastante elevado”.
A principal aposta no território nacional tem sido da energia eólica (vento), algo que Felipa Alves considera acertado, já que “proliferam parques eólicos um pouco por todo o País”.
Porém, Portugal ainda está muito longe daquilo que a Quercus considera ideal, nomeadamente, no que respeita ao aproveitamento da energia solar.
“somos o País que pior aproveita as horas de sol quer para a produção de electricidade, quer para aquecimento de aguas e climatização ambiental”, lamenta a ambientalista.


Futuro passa pela “ecocasa”

Para tentar reduzir e optimizar o consumo de energia a nível domestico, a Quercus tem vindo a desenvolver, desde 2004, o projecto «ecocasa», procurando sensibilizar os consumidores para as energias renováveis e formas concretas de alterar os seus comportamentos, quer seja na gestão, renovação ou aquisição de uma casa, quer do seu recheio.
“A «ecocasa» pode realmente servir para o conforto das pessoas, não só tendo consciência ambiental, mas no próprio conforto a nível de climatização. Quantas vezes reparamos que a temperatura de um ar condicionado está exagerada? Isto tem um consumo de energia bastante elevado, mas também contribui, muitas vezes, para que não nos sintamos confortáveis», alertou Felipa Alves.
“Este projecto [ecocasa] faz uma abordagem aos comportamentos na utilização de equipamentos e propõe uma redução de consumos desnecessários”, esclareceu a representante da Quercus.
“ o aproveitamento solar térmico já é uma realidade em muitos países e nalguns é inconcebível a construção de uma casa sem painéis solares já colocados”, esclareceu Felipa Alves, lamentando o facto de em Portugal a utilização particular de energias renováveis, apesar de ter vindo a aumentar, ainda ser muito insuficiente.

Para acabar com emissões poluentes

A grande vantagem das energias renováveis, face ás fontes tradicionais, é claramente a não emissão de dióxido de carbono e outro tipo de gases poluentes, assim como o facto de serem inesgotáveis, em contraposição aos combustíveis fósseis. As renováveis oferecem também menos riscos que a energia nuclear, para alem de conferirem autonomia energética a um País, conseguindo fazer com que este deixe de depender da importação, por exemplo do petróleo, restrito a certas áreas do planeta.
Portugal, como já foi referido, tem todas as condições para se auto-sustentar. E se a energia eólica já está bastante desenvolvida e integrada no País, assim como energia solar, que pouco e pouco vai ganhando terreno, para a Quercus “ ainda é preciso amadurecer algumas tecnologias para se tirar o maior aproveitamento do potencial do País, principalmente a nível da energia das ondas e marés”.
Deste modo, conseguindo fazer com que energias solar, eólica, de ondas e marés se complementasse, era totalmente viável um país conseguir «sobreviver» sem combustíveis fósseis.”as energias renováveis são realmente inesgotáveis, mas para ter um País capaz de dispensar os outros tipos de energias era necessária a existencial de sistemas de armazenamento de energias. Isto porque as renováveis não são controláveis e era necessário armazenar energia para as horas em que não há produção”, sublinhou a representante da Quercus.
Este tipo de energias renováveis liberta um País das variações, por exemplo, do preço do petróleo nos mercados internacionais. Para além disso, chegarão ao consumidor final a um preço muito mais reduzido uma vez que, sendo aplicadas próximas do consumo, poupa-se em gastos de transportes e reduzem-se qualquer tipo de perdas. Também é factor importante os benefícios ambientais que consigo acarretam.
É por isto que a Quercus considera “fundamental a aposta neste tipo de energias”: “está-se a notar uma grande tendência para a alteração do nosso clima, muito por causa dos gases poluentes, e a produção de energias por fontes não renováveis contribui muito para isso”.

Energia solar térmica

A disponibilidade desta forma de energias em Portugal não é uniforme ao longo do ano, devido á latitude em que nos encontramos. A maior disponibilidade da radiação solar no verão, relativamente ao inverno, faz com que os sistemas sejam dimensionados para satisfazer as necessidades de aguas quente no verão a 100%, não conseguindo satisfaze-las totalmente no inverno. Assim, a optimização de um sistema para o verão, conduz a que no resto do ano, de uma forma mais ou menos acentuada, seja necessário recorrer a um sistema convencional complementar, que funcione em apoio solar.

Energia solar fotovoltaica

Actualmente, estes sistemas representam um investimento considerável, pois é um mercado que tem uma procura muito reduzida e o custo de produção dos painéis ainda é bastante elevado.
Assim, a opção por estes sistemas tem maior viabilidade em situações em que não há ligação à rede, dado tratar-se de uma operação muito dispendiosa. Daí, o recurso a gatarias de armazenamento. Habitações isoladas e iluminação de estradas, são o tipo de situações em que é mais comum aplicar sistemas fotovoltaicos.

Energias eólicas

A velocidade do vento é muito importante para determinar a energia que pode produzir o aerogerador. No entanto, tem havido um desenvolvimento nestes equipamentos para que consigam aproveitar velocidades baixas do vento para produzir electricidade, aumentam assim a sua capacidade de produção. Para instalar um sistema desta natureza é necessário avaliar a disponibilidade de ventos no local, com a colocação de um anemómetro à altura a que se prevê que o aerogerador seja instalado. Estes sistemas são desenhados para normalmente terem um período de vida de cerca de 20 anos.

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