quarta-feira, 4 de março de 2009

Vidro

Há notícia da existência de recipientes rudimentares de vidro datados de cerca do ano 3000 a.C. Isto faz com que o vidro seja um dos materiais de embalagem mais antigos e... mais modernos.
O mais surpreendente é que o vidro não é propriamente um material “sólido”, com estrutura (partículas) organizada. O vidro resulta da fusão de sílicas (areias) a atlas temperaturas (acima dos 1000 graus), seguida da arrefecimento rápido, sem dar tempo as partículas se “organizarem”.

Para fabricar vidro, utiliza-se sílicas (areias), carbonato de sódio e cal, que são matérias-primas abundantes. A extracção de areias é, porém, uma actividade que deve ser sujeita a regras, para evitar que se causem danos ao ambiente e á paisagem. Regra geral, são necessárias 1.4 toneladas de matérias-primas para produzir 1 tonelada de embalagens de vidro (garrafas, frascos, garrafões, etc.). A fusão das matérias-primas é feita em fornos gigantescos, num processo que requer muita energia.

A massa fundida passa, pingo a pingo, para as máquinas de moldar, que dão a forma da embalagem. As garrafas ou frascos passam depois por um túnel de recozimento, para ganharem resistência, e por diversos equipamentos de controlo de qualidade.
Depois de todas estas etapas, a embalagem de vidro está pronta para conter sumos, refrigerantes, vinhos, azeites, ou outros produtos alimentares. As embalagens de vidro são muito apreciadas pela sua transparência e brilho. O vidro é considerado um “material nobre”, frequentemente associado a produtos de qualidade ou a produtos de “luxo”, como, por exemplo, os perfumes. Uma das grandes vantagens do vidro é o facto de ser praticamente inerte, o que significa que não existe grande possibilidade de contaminar o produto que contém.

Reduzir

Ao longo dos anos, as fábricas de vidro conseguiram reduzir significativamente a quantidade de vidro necessária para produzir uma garrafa. Estes processos consistem em reduzir a espessura das paredes da embalagem, melhorando o seu “design” de forma a que a garrafa tenha a mesma resistência com menos consumo de matéria-prima e de energia.
São chamadas tecnologias do vidro leve, que se traduzem em grandes benefícios para o meio ambiente: poupança de matéria-prima e de combustíveis para os fornos de fusão.

Reutilizar

Muitas das embalagens de vidro são reutilizáveis. Por outras palavras, depois de consumir o produto, o consumidor leva-as de volta para a loja ou supermercado que, por sua vez, devolve todas as garrafas à fabrica de engarrafamento. Deste modo, a mesma embalagem é usada várias vezes, o que significa que essa garrafa só se transforma em resíduo depois de várias utilizações.
A reutilização é, por isso, uma forma de poupar matérias-primas e energia. Todavia, a embalagem reutilizável obriga a que esta tenha que ser mais resistente, tenha que ser transformada vazia e tenha que ser lavada antes de nova utilização. O que obriga deste modo a fábrica a ter sistemas de tratamento de “águas residuais” e de resíduos.
Por todas estas razões, a embalagem reutilizável é uma opção viável quando os circuitos de recuperação e distribuição não envolverem distâncias muito grandes e custos muito elevados.

Reciclar

Todas as embalagens de vidro são recicláveis, quer se tratem de garrafas reutilizáveis que já fizeram várias viagens, quer se trate de garrafas sem retorno.

A reciclagem do vidro começa com os consumidores. Em vez de deitarem as garrafas de vazias no lixo, devem ditá-las no vidrão. O “vidro velho” depositado nos Vidrões chama-se “casco” e é recolhido por muitas Câmaras Municipais para ser vendido às indústrias vidreiras. Desde modo, não só se diminui o volume e o peso dos resíduos domésticas a tratar, como se gera mais uma fonte de receitas para as Autarquias. O “vidrão” é um contentor que deve ser usado exclusivamente para as embalagens de vidro. Para que a reciclagem seja bem sucedida, os consumidores não devem colocar no “vidro” outros materiais ou objectivos, tais como metais, plásticos, pedras, louças, lâmpadas, vidros de janelas ou espelhos, restos de comida, papéis, etc.


Em Portugal já se recicla cerca de 30% do vidro usado. É uma taxa de reciclagem muito boa, que ainda pode ser aumentada. Isso depende de todos nós: o vidro é no vidrão!

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